quarta-feira, março 22, 2006

First filter, than publish vs First publish than filter


A edição por métodos electrónicos surgiu tal como a tradicional há muitos mais anos atrás para facilitar as nossas actividades de acordo com as expectativas e os anseios de cada tempo. De qualquer modo ambas se desenvolveram cada uma há sua medida e consoante o seu tempo. A edição electrónica surgiu, desenvolveu-se e teve uma enorme adesão, sem a qual muitos já não podem passar sem... mas isso verificou-se porque as vantagens que trouxe em relação à tradicional foram imensas, senão tinha-se perdido pelo caminho e não tinha ganho terreno em relação à outra. A prova é vermos a própria imprensa que vive do papel a ter edições on-line.Porém, é inevitável encontrarmos vantagens e desvantagens em ambas, mas o que é curioso é que encontramos já, mais vantagens na edição electrónica do que na tradicional. A edição tradicional permite uma maior comodidade, assim como uma leitura mais linear enquanto na edição electrónica tudo se torna mais fácil pois não é preciso pagar a uma editora para me publicar este post, por exemplo, ou seja, somos um utilizador, produtor e editores ao mesmo tempo. E essa é claramente mais uma vantagem da edição electrónica. Além disso, além desta ser mais abrangente, mais rápida, mais actualizável, não ter barreiras geográficas, de permitir juntar som, texto e imagem num conjunto multimédia de qualidade, não nos podemos esquecer da sua melhor mais-valia – a interactividade – e que é aliás o que melhor caracteriza a Internet. Do meu ponto de vista é muito bom saber o que os outros pensam e como reagem relativamente àquilo que editamos e que eles dêem a sua opinião sobre esse tema ou esse assunto. Na edição tradicional esse feedback também pode existir mas é sem dúvida muito mais demorado.Mas não nos esqueçamos das desvantagens da nova forma de edição nesta nossa era da informação. São elas o facto de a leitura não ser linear, de estar mais sujeita a plágios e a informação e fontes não credíveis, a «desinformação», isto é, existe tanta informação que acabamos por não saber nada aprofundadamente, o facto de existirem os chamados iletrados digitais, isto é, aquelas pessoas que não se adaptaram às novas tecnologias, enquanto por exemplo aqueles que já nasceram na era digital/electrónica se tornaram nos literatos dos novos media, entre outras. Concordo com o anterior post quando se diz que sentir o papel nas nossas mãos é uma experiência da qual não deveríamos ser privados com o surgimento da edição electrónica. Sou céptica ao ponto de pensar que a edição em papel possa desaparecer totalmente, mesmo que perdure num qualquer museu do mundo, não deixará de existir mas sim talvez se torne obsoleta e em completo desuso. Além disso, também concordo quando se diz que temos de ser nós a seleccionar o que tem qualidade ou não na Internet pois a informação publicada na rede é imensa e para se realizar condignamente essa selecção («First publish, than filter»). Será que essa selecção não se baseia na nossa experiência com a edição tradicional, já que esta é sujeita a uma maior filtragem porque nem tudo pode ser publicado devido ao tal factor monetário e ao factor qualidade («First filter, than publish»)?.De qualquer modo, a utilização da Internet depende da nossa capacidade de conseguirmos usufruir dela da melhor maneira, dominando ferramentas que nos dêem vantagens e fintando os aspectos negativos que surjam a cada momento. Os riscos são os mesmos que os benefícios. Tudo depende da nossa forma de utilização e preparação em termos de segurança e de fazermos uma utilização frutuosa ou prejudicial. Na questão colocada sobre a «morte do autor» no confronto entre a edição electrónica e tradicional, creio que é um aspecto importante. Qualquer assunto editado tem um autor, quer seja em papel ou na Internet, apenas o que acontece é o factor plágio, uma das grandes desvantagens e inconvenientes da Internet por ser algo onde a informação circula mais rapidamente e uma zona mais extensa, o que faz com que esse plágio não seja “apanhado” tão rápida e facilmente. Isso porque na edição tradicional esse plágio também existe e, quantas vezes já ouvimos falar dele na Imprensa e sobre plágios nela própria. Contudo, não creio que o autor deixe de ter o seu valor naquilo que originalmente escreveu ou editou. Tudo passa pela boa fé das pessoas, da importância que pode ser dada aos textos plagiados e saber identificá-los e à possível punição que isso possa ter, como já existe o copyright na edição tradicional. Para finalizar gostaria só de dizer que é necessário ser-se crítico e reflectir sobre as novidades da nossa Era e, apercebemo-nos já hoje que, a informação na Internet não está, infelizmente, disponibilizada ainda a todos, pois nem todos possuem acesso à rede e por vezes nem possuem os meios indispensáveis para tal como um computador. Assim, existe Liberdade mas não existe Democratização no que toca ao acesso às novas tecnologias que permitem a edição electrónica. Por isso, penso que a edição tradicional é ainda importante e indispensável pois faz com que os info-excluídos possam ter acesso à cultura e informação.