quarta-feira, março 22, 2006

«Coisa Ruim»

Não, não é o nome de nenhuma nova novela brasileira [lol] com todo o respeito por estas... Coisa Ruim é o filme português que estreou no dia 2 de Março e está agora exibição em qualquer grande sala de cinema nacional.
Este é um filme de Tiago Guedes e Frederico Serra que abriu o Fantasporto – Festival de Cinema do Porto – deste ano e promete ser mais uma boa longa metragem portuguesa (não tanto como o Crime do Padre Amaro, claro!).
É um filme de suspence que trata alguns temas muito interligados como o acreditar ou não em superstições e a questão de que se o
Diabo foi uma invenção da Igreja para justificar a existência desta.
O argumento é de alguém bem conhecido que todos os dias vemos apresentar o Jornal da Noite na Sic – Rodrigo Guedes
de Carvalho – e segundo o que vi pareceu-me ser um bom argumento. Segundo Rodrigo é um filme para desmistificar os filmes de suspance em nos primeiros planos "levamos" com um «balde de sangue».
Apesar de ter gostado do filme no geral, a primeira parte e o início da segunda processa os acontecimentos de uma forma demasiado lenta para no final tudo culminar muito rapidamente. Essa morosidade justifica-se na medida em que é preciso tempo para se construir um puzzle que traz o significado e as respostas aos porquês que vão surgindo. Apenas achei que esse puzzle foi construído de uma forma demasiado lenta e que muitas das suas peças eram aspectos mal explicados. Se esses aspectos fossem melhor explicados tornava a construção o puzzle mais rápida.
Em termos de planos, imagem e montagem estava cinco estrelas para um filme deste género, criando uma atmosfera arrepiante e que nos faz ficar à espera de algo assustador que vai acontecer nos próximos segundo... mas só que não acontece nada. Aliás, esses momentos são escassos o que também fez com que o filme se tornasse pouco cativante.
Fiquei ainda com a sensação que era uma mistura de Sexto Sentido com O Exorcista mas em português. Valeu pelo argumento, imagens, performance dos actores e manipulação psicológica que nos faz pensar o que pode acontecer e não acontece.